"Tu, só tu puro Amor, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano
Tuas aras banhar em sangue humano."
O poeta apresenta aqui o Amor mais do que personificado: uma autêntica divindade sedutora que oferece com uma mão o prazer, mas com a outra, a tragédia da dor e do sofrimento. Por um lado, o Amor é puro, atrai irresistivelmente o coração humano, mas por outro, age com força crua, é fero Amor, áspero e tirano.
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