segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Ilustração inspirada no episódio de D. Inês de Castro e D. Pedro

       "Tu, só tu puro Amor, com força crua,
         Que os corações humanos tanto obriga
 Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
       Se dizem, fero Amor, que a sede tua
com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano
        Tuas aras banhar em sangue humano."

     O poeta apresenta aqui o Amor mais do que personificado: uma autêntica divindade sedutora que oferece com uma mão o prazer, mas com a outra, a tragédia da dor e do sofrimento. Por um lado, o Amor é puro, atrai irresistivelmente o coração humano, mas por outro, age com força crua, é fero Amor, áspero e tirano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário